Apresentei IA para um público 40+ leigo em tech — e aprendi mais do que ensinei
Gabriela López

Gabriela López @gabbilopez

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Rio de Janeiro, Brazil
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Aug 15, 2023

Apresentei IA para um público 40+ leigo em tech — e aprendi mais do que ensinei

Publish Date: Apr 10
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Imagine o seguinte cenário: um curso de oratória em uma biblioteca municipal, com estudantes 40+ e leigos em tecnologia. Esse era o meu público quando decidi apresentar o tema “Inteligência Artificial”.

O desafio de comunicar conceitos complexos de uma forma simples sempre foi algo que levei com extrema importância — inclusive na hora em que é necessária a comunicação com clientes.

Então, quando a professora disse que o tema era livre, mas que seria interessante falarmos sobre algo que dominássemos, pensei:

“Opa, é uma excelente oportunidade para testar minha capacidade de comunicação simples.”

Pensei em vários temas que poderiam interessar ao público. Por algum motivo, IA não parecia se encaixar — talvez porque minha visão sobre o assunto fosse técnica demais. Mas a partir do momento em que percebi que poderia comunicar isso a partir do cotidiano (algoritmos de redes sociais, streaming, corretores de texto, bancos, entre outros), entendi que era o assunto certo.

Evitei termos técnicos. Queria que o público entendesse cada mínima palavra. Usei exemplos reais e próximos — puxei até uma sardinha pras assistentes virtuais — para que se conectassem com o conteúdo.

A reação foi imediata: curiosa, compreensiva e participativa.

Confesso que me surpreendi. Não imaginava que um tema tão fora do escopo deles seria tão bem recebido.

Uma pergunta que surgiu, por exemplo, foi:

"Como consigo, então, deixar de ser uma consumidora passiva em relação à IA?"

Cheguei a acelerar minha dicção com o nervosismo bom da interação.

Essa experiência me ensinou muito — e deixo aqui o que quero levar pra vida:

1. É essencial adaptar a linguagem e forma de apresentação ao público.

2. Devs precisam, sim, sair da bolha.

3. Comunicação é uma skill técnica.

4. Escuta ativa e empatia são indispensáveis.

Precisamos testar ideias com pessoas fora da área, usar analogias, evitar buzzwords, observar reações e acolher feedback com empatia.

Falar com pessoas diferentes nos torna devs mais completos.

Levarei essa experiência de forma muito significativa. Não só pelo conteúdo, mas por perceber que ser desenvolvedora de software é muito mais do que código — é uma chance de tornar o mundo mais acessível.

Ser dev é escrever código — mas também é escrever pontes.

E cada ponte começa com uma conversa.

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